RELATORIO DE VIAGEM A RESERVA XIXUAÚ-XIPARlNÃ
29 de julho a 13 de agosto de 1997
Partindo de Manaus no fim da tarde do dia 29 de julho, a viagem até a Reserva Xixuaú-Xiparinã subia o rio Negro até alcançar a comunídade do Cantagalo no começo da noìte do dia seguinte. Havia uma previsão de chegada com aproximadamenie 35 horas de viagem ininterrupta. Na madugada do dia 31 , aportamos na comunidade de São Pedro, onde permenecemos por uma boa parte da manhã, em função do início do trabalho do Dr. Paolo e do enfermeiro Biagio, que estavam atendendo a comunidade local. Saindo de Sao Pedro, paramos um pouco na comunídade Samaúma e depois seguïmos direto para a reserva, onde chegamos no final da tarde.
Após a cordial acolhida por Paul e Bianca tivemos o resto do dia de folga. No dìa seguinte, 01 de agosto, fomos apresentados a nossos guias para o trabalho na mata, os senhores Chico Libánio e Valdemar. Após sondarmos algumas condições locais traçamos um roteiro de visita a alguns ecosisistemas locais que seriam represantativos da regìão. Com o apoio de Paul e dos mateiros iniciamos as investidas na mata no dia 02 de agosto, subindo de canoa o rio Jauaperi até o igarapé Santa Rosa, localizado na sua margem esquerda. Ali realizamos uma camìnhada de reconhecimento do tipo de vegetação predominante, verificando com os mateiros a ocorrencia de plantas medicinais de uso popular, segundo suas tradições da uso. No dia seguinte, domingo, 03 de agosto, fizemos o mesmo na região do igarapé São José, descendo o rio Jauaperi e adentrando na sua margem direita.
Nos dias 04 e O5 de agosto adentramos o igarapé Xixuaú a partir de sua foz no río Jauaperi, observando vegetação ao longo do igarapé e de duas trilhas abertas em áreas de terra firme. Nos dias 06, 07 e 08 subìmos o Jauaperi até a foz do Xipariná. Ali permanecemos na casa de uma ribeirinha de onde saímos para duas sondagens subindo o igarapé Xiparinã a indo um pouca mais acima do rio Jauaperi, antes da foz do rio Macucuaú. Nestes días fizemos contato com alguns ribeirinhos e continuamos o trebalho de observaçáo sobre as plantas medicinais e aqueles usadas para outros fins pela comunidade ribeirinha da região.
No dia 08 de agosto chegsmos à tarde à maloca e no começo da noite, chegava o Dr. De Feo, Combinamos com o mesmo um repasso das informações coletadas e discutimos a viabilidade de um projeto de etnobotãnica a ser desenvolvido na ragião. Realizamos juntos uma msita dia 09 de agosto ã uma trilha do Xixiuaú e dia 10 do Xiparinã. No dia 11 de agosto estàvamos saindo de volta a Manaus, onde chegamos dia 12. No dia 13 fizemos uma visita ao INPA. No dia 14 estivem os com a Sr. Daniel na sede da Embrapa em Manaus, onde martivemos contato com colegas pesquisadores ressaltando a possibilidade da cooperaçáo da instituíção em relação a uma proposta de trabalho na reserva. Tanto no INPA, quanto na Embrapa, a proposta teve aceitação imedieta.
A partir de contatas iniciados Com a Associação Amazõnia e com a cooperação do IILA tomou-se possivel a realização desta primeira viagem à reserva Xixuaú-Xiparinã. O objetivo da viagem foi reslizar uma avaliação preliminar sobre plantas medicinais de ocorrencia na área da reserva, onde participamos representando a Embrapa Roraima, juntamente com consultor da Universidade de Salerno, de modo a se estebelecer um projeto conjunto entre estas instituiçóes com o propósito de se fazor um ostudo pormenorizado de tais plantes.
O uso popular de piantas medicinais é uma arte que acompanha o homem desde os primórdios da civilização humana. Na Amazõnia muitas plantas são utilizadas tradicionalmente por comunidades indigenas e riberinhos, numa prática que repassa informações por via oral, de geraçóes em gerações. Apesar do aumento de contato com a civilização ocidental e com seus remédios adquiridos nas farmácias, as comunidades ribeirinhas mantém a prática do uso de remedios caseiros como forma de cura viável para vârìos problemas de saúde que os aflinge. O principal substrato desses remédios são as plantas superiores, sejam as nativas ou as exóticas transportadas regional e continentalmente. Através do levantamento realizado na região do baixo Jauaperi, identificamos inúmeras plantas, citadas nos itens seguintes, conforme sejam espécies silvestres ou introduzidas.
Neste levantamento foi relacionado somente o elenco das plantas utilizadas que de alguma forma são cultívadas pelos ribeirinhos. Não houve a preocupação com o conhecimento do uso e indicações, o que estaria previsto para o projeto definitivo de etnobotânica.
Nome popular |
Nome Cìentifico |
Familia |
---|---|---|
Açafroa |
Curcuma longa L. |
Zingiberaceae |
Alfavaca |
Oncimum sp. |
Labiatae |
Amor crescido |
Portulaca pilosa L. |
Portulacaceae |
Arruda |
Ruta graveolens L. |
Rutaceae |
Babosa |
Aloe vera L. |
Liliaceae |
Boldo |
Plectranthus barbateus Andr. |
Labiatae |
Boldo da folha grossa |
Vernonia condensata Baker |
|
Cabacinha |
Luffa opercolata (L.) cogn. In Mart. |
Bignoniaceae |
Capim santo |
Cymbopogon citratus (D.C.)Stapf. |
Crassulaceae |
Confrei |
Symphitum officinale L. |
Boraginaceae |
Crajiru |
Arrabidea chica (H.B.K) Verlot |
Bignoniaceae |
Gergelim |
Sesanum orientale L. |
Bignoniaceae |
Hortela miúda |
Mentha x villosa L. |
Labiatae |
Jambu |
Spilanthes oleraceae (L.) Jacq. |
Compositae |
Japana branca |
Não identificata |
|
Japana roxa |
Não identificata |
|
Jucá |
Casealpinia ferrea Mart. Ex Tul. |
Caesalpinaceae |
Maocla |
Achyrocline spp. Egletes viscosa |
Compositae |
Malvartisco |
Plectranthus amboinicus (Lour.) Spr. |
Labiatae |
Mangarataia |
Zingiber officinalis Rosc. |
Zingiberaceae |
Marupaí |
Eleutherine bulbosa (Miller) Urban |
Iridaceae |
Mastrua |
Chenopodium Ambrosioides L. |
Chenopodiaceae |
Mutuquinha |
Não identificata |
|
Óleo elétrico |
Não identificata |
|
Piahão branco |
Jatropha curcas L. |
Euphorbiaceae |
Piahão roxo |
Jatropha gessypifolia L. |
Euphorbiaceae |
Sena |
Cassia desvauxii Callad |
Caesalpinaceae |
Urucum |
Bixia orellana L. |
Bixaceae |
Vindicá |
Alpinia nutans L. |
Zingiberaceae |
3.2. Plantas medicinais silvestres
A seguir está disposta a listagem de plantas de ocorréncia natural na área abrangída pelo Ievantamento. As informações botãnicas de varias plantas precisam de certificação em herbário, o que só será possivel com o desenvolvimento do projeto de etnobotãnica. As informaçóes sobre índicação e uso das plantas foram relatadas pelos mateiros qua nos acompanhavam e por alguns ribeirinhos com quem mantivemos contato durante a viagem.
Plantas identificadas << a priori >>
Familia / Nome cientifico |
Nome popular |
Parte usada |
Uso medicinal |
Anacardaceae |
|||
Anacardium giganteum L. |
Cajuí |
entrecasca (xarope) |
gripe |
Apocynaceae |
|||
Aspidosperma nitidum Benth. |
Carapanauba |
casca (chá) |
malária |
Gueissospermum sericeum (Sagot.) Benth. & Hook |
Quina-quina |
entrecasca (chá) |
malária |
Himathamthus articolatus (Vahl) Woodson |
Sucuba |
casca (chá) |
malária; rins |
Parahancornia amapa (Hub.) Ducke |
Amapá |
látex com leite de gado |
fraqueza |
Araceae |
|||
Philodendron sp. |
Ambé |
cipó (ralado com água) |
mordida de cobra |
Heteropsis off. Spruceana Schott. |
Cipó titica |
cipó (ralado) |
mordida de formiga lucandeira |
Bignoniaceae |
|||
Adenocalimna aliaceum Mart. |
Cipó alho |
folhas |
gripe; sinusite; reumatismo |
Jacaranda copaia (Aubl.) Don |
Pará-pará |
folha (sumo) |
coceira |
Tabebuia sp. |
Pau d'arco roxo |
entrecasca (chá) |
figado |
Tinanthus elegans Miers |
Cipó cravinho |
entrecasca (chá) |
dor de estõmago |
Burgeraceae |
|||
Protium sp. |
Breu branco |
resina (incenso) |
dor de cabeça |
Cecropiaceae |
|||
Cecropia sp. |
Benguê |
óleo |
reumatismo; dor no corpo |
Cecropia sp. |
Torém |
raiz (sciva potável) |
rins |
Cecropia sp. |
Embaúba branca |
broto(seiva) |
tumor |
Caesalpinaceae |
|||
Copaifera sp. |
Copaiba |
óleo |
tosse; frieira; feridas |
Bauhinia rutilans Spruce ex Benth. |
Escada-de-jaboti |
entecasca do cipó (chá) |
hemorróida |
Senna occidentalis (L.) Link |
Fedegoso |
fior; folha; raiz |
hepatite; malária; coraçao; hmorróida |
Senna alata (L.) Roxb. |
Maria mole |
folha (sumo) |
coceira |
Hymenaea courbaril L. |
Jatobá |
casca (xarope) |
tosse |
Caricaceae |
|||
Carica papaya L. |
Mamão |
látex com água |
verme |
Compositae |
|||
Bidens pilosa L. |
Picão preto; carrapicho agulhão |
raiz (chá) |
malária; rins |
Convolvulaceae |
|||
Operculina alata (Ham.) Urb. |
Batatão |
raiz (ralada com água) |
sangue; coceira |
Euphorbiaceae |
|||
Croton pajucara Benth. |
Sacaca |
folhas (chá) |
figado |
Dileniaceae |
|||
Doliocarpus sp. |
Cipó d'água |
seiva |
diarréia |
Hevea brasiliensis Muell. Arg. |
Seringa |
entrecasca (chá) |
baço; rins |
Hevea spruceana Muell:Arg. |
Seringa barriguda |
casca seca (chá) |
baço; rins; figado |
Mabea caudata P. et H. |
Taquari ; Taquarirana |
resina |
olho |
Philanthus spp. |
Quebra pedra |
raiz (chá) |
rins; canseira |
Guniferae |
|||
Caraipa |
Tamanquaré |
entrecasca (óleo) |
coceira |
Vismia sp. |
Lacre |
látex |
coceira |
Lauraceae |
|||
Aniba canellina (H.B.K) Mez. |
Preciosa |
casca (infusão) |
pedra nos rins; ictericia |
Mezilaurus itauba (Meissn) Taubert ex . Mez. |
Itauba |
entrecasca ou broto (seiva) |
diarréia |
Lecythidiaceae |
|||
Bertoletta excelsa H.B.K. |
Castanha |
casca (infusão) |
pedra nos rins; ictericia |
Musaceae |
|||
Revenala guianensis Peterson |
sororoca |
pecíolo (seiva) |
dor de barriga; hemorróida;gastrite |
Olacaceae |
|||
Ptychopetalum olacoides |
Muirapuama |
raiz (chá) |
afrodisíaco |
Palmae |
|||
Euterpe sp. |
Açaí |
raiz (chá) |
anemia |
Astrocarium aculeatum G.Mey |
Tucumã |
fruto (endosperma líquido) |
carne crescida nos olhos |
Socratea exorriza (Mart.) Wendl. |
Paxiuba |
raiz (chá) |
fígado; azar na pesca (panema) |
Piperaceae |
|||
Pothomorfe umbellata L. |
Capeba |
raiz (chá) |
fígado, baço;
malária |
Remnaceae |
|||
Ampelozizyphus amazonicus |
Saracura-mirá |
raiz (chá) |
malária; úlcera; câncer |
Solanaceae |
|||
Physalis angulata L. |
Canapu |
raiz (chá) |
malária |
Solanum sessiflorum Dun. |
Cubíu |
folha (cataplasma) |
inchação |
Verbenaceae |
|||
Melissa |
Cidreira |
folhas (chá) |
gripe |
Zingiberaceae |
|||
Costus spp. |
Canafístula; pobre velho |
raiz (chá) |
dor na urina; diabete; coração grande |
Plantas não identificadas ou com identificação duvidosa
Nome Popular |
Parte e forma de uso |
Indicaçäo |
Arara tucupi |
entrecasca (ralada com água) |
hemorróida; diarréia |
Bola |
entrecasca (ralada com água) |
abortivo |
Caferana |
entrecasca |
diarréia |
Capìtíú |
folhas |
banho |
Capìtíú bravo |
folhas (suco) |
picada de cobra |
Caxinguba |
láex |
verme |
Chico da Silva;Sacaca; Pau-de-areia |
seiva |
malária |
Cobra-mirá |
folha (suco) |
mordida de cobra |
Comandá |
entrecasca (chá) |
diarréia; ferida; figado |
Cuiarana |
folhas (suco) |
coceira |
Cumaruzeiro |
Semente |
dor de cabeça |
Envirataia |
casca (chá) |
reumatismo; dor no corpo |
Erva de passarinho |
|
Piolho |
Faveiro |
semente (ralada com água) |
limpeza de pele |
Gapui |
raiz (suco) |
olho esbranquiçado |
Ingaumari |
entrecasca (chá) |
diarréia |
Matá-matá |
entrecasca (seiva) |
mordida de cobra |
Mururé |
látex (garrafada) |
reumatismo |
Periquiteira |
entrecasca (chá) |
malária |
Sucupira amarela |
semente |
roquidáo |
Tamaquaré da várzea |
semente (raspa e passa no corpo) |
ma soric na pesca (panema) |
Tataruguinha |
entrecasca (chá) |
diarréia; ferida; figado |
Timbó |
cipó |
piolho |
Uixi liso |
entrecasca (ralado com áqua) |
fágado; banho do assento |
Ucuúba da terra firme |
entrecasca (chá) |
anemia |
Vindica do mato |
folhas (banho) |
panema (azar na pesca) |
Xixuá |
entrecasca (garraffada) |
reumatismo |
4. Plantas de interesse alimentar e
economico
Para garantir sua sobrevivència em termos de alimentação basica, os riberinhos fazem uso de duas estratégias reiacionadas com as plantas. Primeiro, plantam os alimentos vegetais básicos de sua dieta, a mandioca e algumas fruteiras e hortaliças. Segundo, mantém uma exploraçáo sustentada de plantas da floresta. A geração de renda através da venda ou a troca direta da castanha-do-pará ou farinha por matimentos e outras elementos básicos do dia- a-dia também está intimamente ligada às plantas. De modo preliminar, as principais fontes de alimentos vegetais observadas na comunidade estáo listadas a seguir.
Abiurana da terra firme; Abiurana da várzea; Abíu; Açai; Apurui; Arabi; Araçá; Bacaba; Bacuri; Buritì; Caçari; Cacau; Caju; Cajuí; Castanha; Castanha de ; otia; Castanha sapucaia; Coqueiro; Cupuí; Fel de tambaqui; Goiaba de anta; Goiabarana; Graviola; Inajá; ingá chinelo; Ingá xixica; Ingauaçu; lngaumarì; jatobá; Jutaí; Manga; Maracujá-de-rato; Marajá; Mari; Massaranduba; Pajurá; Pama; Patuá; Pé de-jaboti; Piquiá; Pitomba da mata; Pitomba de bota; Pupunharana; Sorvão: Sorvinha; Tucumã; Tucumãi; Tulhia; Uixi coroa; Uixi liso; Umiri
Abóbora; Cebolinha; Chicória; Coentro; Maxixe; Melancia.
Abacaxi; Banana; Batata doce; Cana; Cará; Macaxeira; Mamão; Mandioca; Taioba.
Paxìúba - casca do estipe
Sorva - látex
Ubím - folhas
5. Animais usados na alimentação humana
Como fonte de proteína a alimentação dos ribeirinhos depende essencialmente da caça e da pesca. o único animal doméstico que observemos em cativeiro na área da reserva foi a galinha. A pesca contribui sobremaneira para a alimentação diária. Todos os dias os ribeirinhos saem para pescar, mas pegam somente o suficiente para aqueil dia ou outro mais. Para eles, o Peixe fresco tem um sabor bem mais agradável. A caça, proibida na área da reserva, é para os ribeirinhos uma regalia. Também está se tornando dìfícil caçar no entorno da reserva pela pressão antrópica das vilas, onde há muita gente que ceça com frequência. Essa prática aliada à caça indiscriminada feita por pescadores ocasionaìs aumentam a dificuldade para se encontrar as caças. Os principais animais relacionados pelos ribeirinhos como parte de sua dieta estão listados a seguir.
Galinha; Pato
5.2 Animais selvagens abatidos na caça.
5.2.1. Animais selvagens usados na alimentação.
Anta; Caititu; Cutia; Cutiara; Paca; Quandu; Queixada; Tatu; Veado capoeiro; Veado galheiro; Veado imbaúba; Veado roxo.
5.2.2. Animais usados na alimentaçáo eventualmente.
Maracajá-açú; Maracajá-peludo; Mucura; Nambi; Onça pintada; Onça vermelha; Preguiça; Quati; Tamanduá.
5.2.3. Macacos (primatas} eventualmente usados na alimentação.
Cairara; Cuxiú; Guariba; Macaco ds cheiro; Macaco prego; Macaco preto ou ; uatá; Parauaçú; Soím.
5.3. Bichos de casco (Quelonios e jacarés) eventualmente usados na alimentação.
Cabeçudo; laçã; Itã; Jaboti; Jacaré-acú; Jacaré-pedra; Jacaretinga; Lalá; Matá- matá; Perema; Tartaruga; Tracajá; Uirapuca.
5.4. Aves usadas na alimentação.
Aracuã; Arapapã; Arara; Balateiro; Carará; Coroca; Cujubim; Garça; Inambú ; alinha; Inambú macucaua; Inambú relógio; Jaburu; Jacamim; Jacú; Japó; Maguari; Mambé; Mergulhão; Mutum; Papagaio; Passarão; Pato ; Saracura; Socó-azul; Socó-boi; Socó-onça; Tucano.
5.5. Peixes e outros animais de água doce comestiveís.
Aracu; Arraia; Aruanã ou sulamba; Bacu; Baraba chata; Bodó; Boto; Camarão; Carangueijo; Carauaçú; Cubíu; Cuiú; Curimatã; Filhote; Jacundá; Jandié; Jaraqui; Jaú ou pacamáo; Jiju; Mandi; Manoubé; Matrinchã; Pacu; Pacuí; Peixe- gulha; Peixe-boi; Peixe-cachorro; Pescada; Piaba; Piracatinga; Piraiba; Piranha anaia; Piranha branca; Piranha fula; Piranha xidaua; Pirapacu, Pirarara; Pirarucu; Puraqué; Reque; Saracu; Sardinha amarela; Soia; Sulamba; Surubim, Tambaqui; Tamoatã; Trairão; Traira; Tucunaré.
A riqueza da biodiversidade da região do baixo Jauaperi, incluindo-se a reserva Xixuaú-xiparina é uma grande fonte de pesquisa. Na área de plantas medicinais, é necessario a complementação do trabalho inicìado, observando aspectos etnobotanicos, agronomicos e fitoquímicos de varias plantas que possivelmente ainda não foram devìdemente estudadas. Quanto as fruteiras nativas, há um enorms potencial de uso das mesmas com fins comerciais, de modo a aumentar a renda dos ribeirinhos. O extrativismo da CBstanha é uma atividade que confere ganhos extras anuais aos donos de castanhais, mas o preço pago aos ribeirinhos é muito baixo. Um trabalho de beneficiamento da mesma, agregando valor ao produto aumentaria sobremaneira a renda com a castanha. A pesca é uma atividade exercida na região por pessoas de fora, que se apropriam da biodiversidade aquática, na maioria das vezes de forma crìminosa. O peixe, além de ser a principal fonte de proteína para os ribeirinhos, também poderia ser uma fonte de renda para os mesmos. Nas roças, as diversas culturas poderiam ser ampliadas, havendo talvez a possibilidade de se agregar valor a alguns produtos, diversificando a renda dos ribeirinhos. Para continuidade de atividades de pesquísa na região, pensamos ser imprescindivel a realização de alguns projetos de desenvolvimento que beneficiem as comunidades envolvidas. Assim sendo, estamos propondo algumas linhas de trabalho que podem seguir paralelamente na regiã0. Para efetivação das mesmas, estamos buscando informações técnicas para viabilização de alguns projetos, que listamos a seguír:
- Etnobotânica
- Aproveitamento de polpa de caçari
(camu-camu), açaí, buriti e bacaba
-
Beneficiamento da castanha
- Hortas comunitárias com
hortaliças e plantas medicinais
Esse trabalho só foi possível graças ao apoio das seguintes instituições e pessoas, para quem agradecemos:
IILA Associação Amazonia
Ribeirinhos
Embrapa
Roraima
Comunidade de ribeirinhos da Reserva Xixuaú-Xiparinâ
Boa Vísta, Roraima, 23 de outubro da 1997
Francisco Joaci de Freitas Luz
Pesquisador MSc. da
Embrapa Roraima